terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A VIDA SERIA BEM MELHOR

TEM GENTE QUE SE ACHA...

O ser humano é capaz de nos impressionar das mais variadas formas, pena que nem sempre positivamente.
Particularmente sou da opinião de que as pessoas não nos decepcionam, muito pelo contrário, o que elas não conseguem é nos surpreender.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Doze dicas para a felicidade

01-Abra a coração, deixe entrar a felicidade. Ela igual é o sol no apogeu quando entra pela janela: deixa o lar quente e cheio de raios de ouro!

02-A vida lhe apresenta dois porta-joias: um tem ouro, pérolas e diamantes, o outro tem amor, paz e felicidade. Qual das duas preciosidades você escolhe?

03-Quando as sensações da felicidade nos invade é uma força tanta, um poder tamanho, que nos transmite o intransmissível, nos revela o irrevelável, e nos conduz ao ´incondutível´!

04-Pitadas de amor, doses de alegria, quilos de consideração: pequena receita para saborear grandes felicidades.

05-Para rebentar as correntes da tristeza use a talhadeira da alegria e dê marretadas de risos e gargalhadas!

06-Alocação de recursos, motivação, empenho, responsabilidade são caminhos para o sucesso. Porém, alegria, generosidade, paz, amor são o próprio sucesso.

07-Quando um homem falha na busca da felicidade não foi esforço que lhe faltou, e, sim, paixão pela vida!

08-Para escalar a montanha da vida, onde no ápice está a felicidade, dê o primeiro passo na base, firme e decisivo. Mas, atenção. Leve na mochila estudo, suor do trabalho e muita fé em Deus.

09-Viver entre pessoas felizes é uma injeção de incentivo para nos tornarmos felizes também.

10-Quem está de bem com a vida tem a pele jovial, sorriso radiante, voz harmoniosa. Suas conquistas são plurais e seus dias cada vez melhores. E aí, você está de bem com a vida?

11-Nem sempre o sofisticado se sobrepõe ao simples. Quando feito com alegria, garra e paixão, uma pintura preto-e-branco causa mais impacto que a colorida!

12-A felicidade chegou na calçada do seu coração. Bateu à porta, tentou escalar o muro, fez de tudo para entrar. Você a viu, mas estava ocupado com a sua tristeza...

   Inácio Dantas
   (do livro ® “Dicas para a Felicidade”)

A Idade de Ser Feliz



Existe somente uma idade para a gente ser feliz,

somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente

e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar

e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem

em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente

chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O MAR - MARILENE MEES PRETTI

Refletem-nos as ondas do mar...
Calmaria... Paz na alma.
Faz nosso coração...
Viver profunda calma.
Faz nossa mente refletir...
E mentalizar versos...
Que se transformam em canção.
Canção do mar!!!
Canção para amar!!!
Até para chorar... De felicidade.
Nosso coração se enche de saudade.
Remete nossa alma...
A procurar lembranças...
E rodopiamos...
Em majestosa dança...
Ao som da canção do mar...
Escrita em momento de emoção...
Provocada pela balançar...
Das ondas do oceano...
Que nas areias de terreno plano...
Chegam até nós a dançar.

terça-feira, 15 de novembro de 2011


O Monge e os Grãos de Feijão



Reza a lenda que um monge, próximo de se aposentar precisava encontrar um sucessor.
Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos,
mas apenas um poderia sucedê-lo.
Para sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio para colocar a sabedoria dos dois à prova.
Ambos receberam alguns grãos de feijão que deveriam colocar dentro dos sapatos, para então empreenderem a subida de uma grande montanha.
Dia e hora marcados, começa a prova.
 Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar.
 No meio da subida, parou e tirou os sapatos.
As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor.
 Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista.
 Prova encerrada, todos voltam ao pé da montanha para ouvirem do monge o óbvio anúncio.
 Após o festejo, o derrotado aproxima-se e pergunta ao seu oponente como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos:
 - Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei - foi a resposta.
 Carregando feijões ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a vida.
 Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento é você quem determina.
 APRENDAMOS A COZINHAR OS NOSSOS FEIJÕES... 
 (Autor Desconhecido)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

IGREJAS NA EUROPA

As igrejas da Europa estão virando bibliotecas,estúdios de som, spas ,hotéis e sabe Deus o que mais...
A notícia está em alta em todos os veículos de comunicação e muitos tem sido os questionamentos acerca dos motivos pelos quais o fato tem ocorrido.Falta de fé? Ateísmo?Egoísmo? Muitos são os motivos que estão afastando os fiéis da Igreja.
Postarei aqui a carta de um jesuíta direcionada ao Vaticano,que aborda de forma muito clara a situação em questão.

‘A Igreja precisa de uma reforma urgente’, afirma jesuíta egípcio em carta dirigida a Bento XVI

O jesuíta egípcio mais destacado nos âmbitos eclesial e intelectual, Henri Boulad, lança um SOS para a Igreja de hoje em uma carta dirigida a Bento XVI. A carta foi transmitida através da Nunciatura no Cairo. O texto circula em meios eclesiais de todo o mundo.
Henri Boulad é autor de Deus e o mistério do tempo (Loyola, 2006) e O homem diante da liberdade (Loyola, 1994), entre outros.
Santo Padre:
Atrevo-me a dirigir-me diretamente a Você, pois meu coração sangra ao ver o abismo em que a nossa Igreja está se precipitando. Saberá desculpar a minha franqueza filial, inspirada simultaneamente pela “liberdade dos filhos de Deus” a que São Paulo nos convida e pelo amor apaixonado à Igreja.
Agradecer-lhe-ei também que saiba desculpar o tom alarmista desta carta, pois creio que “são menos cinco” e que a situação não pode esperar mais.
Permite-me, em primeiro lugar, apresentar-me. Sou jesuíta egípcio-libanês do rito melquita e logo farei 78 anos. Há três anos sou reitor do Colégio dos jesuítas no Cairo, após ter desempenhado os seguintes cargos: superior dos jesuítas em Alexandria, superior regional dos jesuítas do Egito, professor de Teologia no Cairo, diretor da Cáritas-Egito e vice-presidente da Cáritas Internacional para o Oriente Médio e a África do Norte.
Conheço muito bem a hierarquia católica do Egito por ter participado durante muitos anos de suas reuniões como Presidente dos Superiores Religiosos de Institutos no Egito. Tenho relações muito próximas com cada um deles, alguns dos quais são ex-alunos meus. Por outro lado, conheço pessoalmente o Papa Chenouda III, que via com frequência. Quanto à hierarquia católica da Europa, tive a ocasião de me encontrar pessoalmente muitas vezes com alguns de seus membros, como o cardeal Koening, o cardeal Schönborn, o cardeal Martini, o cardeal Daneels, o arcebispo Kothgasser, os bispos diocesanos Kapellari e Küng, os demais bispos austríacos e outros bispos de outros países europeus. Estes encontros se produzem por ocasião das minhas viagens anuais para dar conferências pela Europa: Áustria, Alemanha, Suíça, Hungria, França, Bélgica... Nestas ocasiões me dirijo a auditórios muito diversos e à mídia (jornais, rádios, televisões...). Faço o mesmo no Egito e no Oriente Próximo.
Visitei cerca de 50 países nos quatro continentes e publiquei cerca de 30 livros em aproximadamente 15 línguas, sobretudo em francês, árabe, húngaro e alemão. Dos 13 livros nesta língua, talvez Você tenha lido Gottessöhne, Gottestöchter (Filhos, filhas de Deus), que o seu amigo o Pe. Erich Fink, da Baviera, lhe fez chegar em suas mãos.
Não digo isto para me vangloriar, mas para lhe dizer simplesmente que as minhas intenções se fundam em um conhecimento real da Igreja universal e de sua situação atual, em 2009.
Volto ao motivo desta carta e tentarei ser o mais breve, claro e objetivo possível. Em primeiro lugar, algumas constatações (a lista não é exclusiva):
1. A prática religiosa está em constante declive. Um número cada vez mais reduzido de pessoas da terceira idade, que desaparecerão logo, são as que frequentam as igrejas da Europa e do Canadá. Não resta outro remédio senão fechar estas igrejas ou transformá-las em museus, mesquitas, clubes ou bibliotecas municipais, como já se está fazendo. O que me surpreende é que muitas delas estão sendo completamente reformadas e modernizadas mediante grandes gastos com a ideia de atrair os fiéis. Mas não será suficiente para frear o êxodo.
2. Seminários e noviciados se esvaziam no mesmo ritmo, e as vocações caem vertiginosamente. O futuro é sombrio e há quem se pergunte quem irá substituir os sacerdotes. Cada vez mais paróquias europeias estão a cargo de sacerdotes da Ásia ou da África.
3. Muitos sacerdotes abandonam o sacerdócio e os poucos que ainda o exercem – cuja idade média ultrapassa muitas vezes a da aposentadoria – têm que se encarregar de muitas paróquias, de modo expeditivo e administrativo. Muitos deles, tanto na Europa como no Terceiro Mundo, vivem em concubinato à vista de seus fiéis, que normalmente os aceitam, e de seu bispo, que não pode aceitá-lo, mas que tem em conta a escassez de sacerdotes.
4. A linguagem da Igreja é obsoleta, anacrônica, chata, repetitiva, moralizante, totalmente desadaptada à nossa época. Não se trata em absoluto de acomodar-se nem de fazer demagogia, pois a mensagem do Evangelho deve ser apresentada em toda a sua crueza e exigência. Seria preciso antes promover essa “nova evangelização”, a que nos convidava João Paulo II. Mas esta, ao contrário do que muitos pensam, não consiste em absoluto em repetir a antiga, que já não diz mais nada, mas em inovar, inventar uma nova linguagem que expresse a fé de modo apropriado e que tenha significado para o homem de hoje.
5. Isto não poderá ser feito senão mediante uma renovação em profundidade da teologia e da catequese, que deveriam ser repensadas e reformuladas totalmente. Um sacerdote e religioso alemão que encontrei recentemente me dizia que a palavra “mística” não é mencionada uma única vez no Novo Catecismo. Não podia acreditar nisso. Temos de constatar que a nossa fé é muito cerebral, abstrata, dogmática e se dirige muito pouco ao coração e ao corpo.
6. Em consequência, um grande número de cristãos se volta para as religiões da Ásia, as seitas, a nova era, as igrejas evangélicas, o ocultismo, etc. Não é de estranhar. Vão buscar em outros lugares o alimento que não encontram em casa, têm a impressão de que lhes damos pedras como se fossem pão. A fé cristã, que em outro tempo outorgava sentido à vida das pessoas, é para elas hoje um enigma, restos de um passado que acabou.
7. No plano moral e ético, os ditames do Magistério, repetidos à saciedade, sobre o matrimônio, a contracepção, o aborto, a eutanásia, a homossexualidade, o matrimônio dos sacerdotes, as segundas uniões, etc., já não dizem mais nada a ninguém e produzem apenas desleixo e indiferença. Todos estes problemas morais e pastorais merecem algo mais que declarações categóricas. Necessitam de um tratamento pastoral, sociológico, psicológico e humano... em uma linha mais evangélica.
8. A Igreja católica, que foi a grande educadora da Europa durante séculos, parece esquecer que a Europa chegou à sua maturidade. A nossa Europa adulta não quer ser tratada como menor de idade. O estilo paternalista de uma Igreja “Mater et Magistra” está definitivamente defasada e já não serve mais. Os cristãos aprenderam a pensar por si mesmos e não estão dispostos a engolir qualquer coisa.
9. Os países mais católicos de antes – a França, “primogênita da Igreja”, ou o Canadá francês ultra-católico – deram uma guinada de 180º e caíram no ateísmo, no anticlericalismo, no agnosticismo, na indiferença. No caso de outros países europeus, o processo está em marcha. Pode-se constatar que quanto mais dominado e protegido pela Igreja esteve um povo no passado, mais forte é a reação contra ela.
10. O diálogo com as outras igrejas e religiões está em preocupante retrocesso hoje. Os grandes progressos realizados há meio século estão sob suspeita neste momento.
Diante desta constatação quase demolidora, a reação da igreja é dupla:
– Tende a minimizar a gravidade da situação e a consolar-se constatando certo dinamismo em sua facção mais tradicional e nos países do Terceiro Mundo.
– Apela para a confiança no Senhor, que a sustentou durante 20 séculos e será capaz de ajudá-la a superar esta nova crise, como o fez nas precedentes. Por acaso, não tem promessas de vida eterna?
A isto respondo:
– Não é apoiando-se no passado nem recolhendo suas migalhas que se resolverão os problemas de hoje e de amanhã.
– A aparente vitalidade das Igrejas do Terceiro Mundo é equívoca. Segundo parece, estas novas Igrejas, mais cedo ou mais tarde, atravessarão as mesmas crises que a velha cristandade europeia conheceu.
– A Modernidade é irreversível, e é por ter esquecido isso que a Igreja já se encontra hoje em semelhante crise. O Vaticano II tentou recuperar quatro séculos de atraso, mas tem-se a impressão de que a Igreja está fechando lentamente as portas que se abriram então, e é tentada a voltar para Trento e o Vaticano I, mais que voltar-se para o Vaticano III. Recordemos a declaração de João Paulo II tantas vezes repetida: “Não há alternativa para o Vaticano II”.
– Até quando continuaremos jogando a política do avestruz e a esconder a cabeça na areia? Até quando evitaremos olhar as coisas de frente? Até quando seguiremos dando as costas, encrespando-nos contra toda crítica, em vez de ver ali uma oportunidade de renovação? Até quando continuaremos postergando ad calendas graecas uma reforma que se impõe e que foi abandonada durante muito tempo?
– Somente olhando decididamente para frente e não para trás a Igreja cumprirá sua missão de ser “luz do mundo, sal da terra e fermento na massa”. Entretanto, o que infelizmente constatamos hoje é que a Igreja está no final da fila da nossa época, depois de ter sido a locomotiva durante séculos.
– Repito o que dizia no começo desta carta: “São menos cinco” – fünf vor zwölf! A História não espera, sobretudo em nossa época, em que o ritmo se embala e se acelera.
– Qualquer operação comercial que constata um déficit ou disfunção se reconsidera imediatamente, reúne especialistas, procura recuperar-se, mobiliza todas as suas energias para superar a crise.
– Por que a Igreja não faz algo semelhante? Por que não mobiliza todas as suas forças vivas para um aggiornamento radical? Por quê?
– Por preguiça, desleixo, orgulho, falta de imaginação, de criativadade, omissão culpável, na esperança de que o Senhor as resolverá e que a Igreja conheceu outras crises no passado?
– Cristo, no Evangelho, nos alerta: “Os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz...”.
Então, o que fazer? A Igreja tem hoje uma necessidade imperiosa e urgente de uma tripla reforma:
1. Uma reforma teológica e catequética para repensar a fé e reformulá-la de modo coerente para os nossos contemporâneos.
Uma fé que já não significa nada, que não dá sentido à existência, não é mais que um adorno, uma superestrutura inútil que cai por si mesma. É o caso atual.
2. Uma reforma pastoral para repensar de cabo a rabo as estruturas herdadas do passado.
3. Uma reforma espiritual para revitalizar a mística e repensar os sacramentos com vistas a dar-lhes uma dimensão existencial e articulá-los com a vida.
Teria muito a dizer sobre isto. A Igreja de hoje é muito formal, muito formalista. Tem-se a impressão de que a instituição asfixia o carisma e que o que em última instância conta é uma estabilidade puramente exterior, uma honestidade superficial, certa fachada. Não corremos o risco de que um dia Jesus nos trate de “sepulcros caiados”?
Para terminar, sugiro a convocação de um Sínodo geral a nível da Igreja universal, do qual participarão todos os cristãos – católicos e outros – para examinar com toda franqueza e clareza os pontos assinalados anteriormente e os que forem propostos. Este Sínodo, que duraria três anos, terminaria com uma Assembleia Geral – evitemos o termo “concílio” – que sintetizasse os resultados desta pesquisa e tirasse daí as conclusões.
Termino, Santo Padre, pedindo-lhe perdão pela minha franqueza e audácia e solicito a vossa paternal bênção. Permita-me também dizer-lhe que vivo estes dias em sua companhia, graças ao seu extraordinário livro Jesus de Nazaré, que é objeto da minha leitura espiritual e de meditação cotidiana.
Seu afetíssimo no Senhor,
Pe. Henri Boulad, SJ
henrioulad@yahoo.com

sábado, 30 de julho de 2011

PAIXÃO - Ou seria JORGe ?!

"Graças a Deus eu não penso mais no Jorge. Inclusive, eu já acordo pensando: não vou pensar nele hoje. Ahn...não vou pensar nele hoje? Não, não, eu NÃO vou pensar nele hoje! Mas eu não vou mesmo! Cala a boca, Jorge, cala a boca, eu não penso mais em você! Cala a boca! Eu não disse que eu não penso mais no Jorge? Nem penso mais no Jorge. Nem no que ele me fez...nem na falta que ele me faz...Ai, vou telefonar pra ele! Telefonar pra ele então...nem pensar. Se por acaso vier à minha cabeça a palavra assim: “telefone”, eu imediatamente começo a pensar em outra coisa. Telefone, Graham Bell (o cara que inventou o telefone, não é?) Graham Bell- Jingle Bell, Jingle Bell- Natal, natal a blusa que o Jorge me deu no ano passado...sai, sai, sai!Esse ano eu não vou pensar no Jorge um único dia. Minha cabeça vai estar ocupada com coisas muito mais importantes: o que é que eu vou fazer da minha vida sem o Jorge, por exemplo. O que eu vou fazer da minha vida sem o Jorge, por exemplo.... O que eu quiser, ora! Como por exemplo, me matar! Por que eu não vivo sem o Jorge? Olha lá! Olha lá, todo mundo vivendo sem o Jorge! Todo mundo vive sem o Jorge, menos eu. Ah, lá, o porteiro vive sem o Jorge. Ah, lá, a mulher da farmácia vive sem o Jorge. A mulher da banca de revista também...
Até Cleópatra vivia sem o Jorge. Ah! Exatamente agora, por exemplo. Tem gente nascendo, tem gente sofrendo, namorando, comendo, malhando. Tem gente não fazendo nada.Tem gente lá, tentando descobrir a cura do câncer. Tem gente comendo, nascendo, namorando, malhando. Tem gente que jamais ouviu falar no Jorge...e vive! Normalmente!...eu sou a única pessoa viva ou morta que não consegue viver sem o Jorge! Uma anomalia, uma aberração científica!Eu sou portadora de uma raríssima dependência patológica denominada Jorge!Um caso tão raro que só existe um em toda a humanidade! Eu, a idiota, aqui! Se está estatisticamente comprovado que sepode viver sem o Jorge, é exatamente isso que eu vou fazer. Viver! Sem ele.Vou sair por aí...vou paquerar, dançar, me divertir um pouco.Vou ser uma pessoa feliz, afinal...quem sabe eu não encontro o Jorge por ai?"
Adriana Falcão

DEFINIÇÕES

DEFINIÇÕES

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta
um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨ o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação,
Esse negócio de amor, não sei explicar.Adriana Falcão

PALAVRAS AO VENTO - Adriana Falcão

A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra amor e se acha importantíssima por isso. Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz "abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em príncipe ou vice-versa...
Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser coração; e se dá a "benção", um sim que pretende dar sorte.
Com C, "calendário" que é onde moram os dias e o "carnaval", esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar "parabéns pra você" e sabe que é "contrato": você isso, eu aquilo, com assinatura embaixo.
Com D, se chega a "dedução", o caminho entre o "se" e o "então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que falta pra se chegar a perfeição e se pede "desculpa", uma palavra que pretende ser beijo.
E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de "escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E também tem "eba!" uma forma de agradecimento muito utilizada por quem ganhou um pirulito, por exemplo.
F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse assim?"; "fábula" uma história que poderia ter acontecido de verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé" que é toda a certeza que dispensa provas.
A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a confundem com J. A letra G é para "grade", que serve para prender todo mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro, alguém que se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada.
O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.
J de "janela", por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim", que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar assim.
L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando espreme um coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.
M de "madrugada", quando vivem os sonhos...
N de noiva, moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro...
O de "óbvio" não precisa explicar...
P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou.
Q, de tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
E R de "rebolar" o que se tem para fazer prá chegar lá
S de "sagrado" tudo o que combina com uma cantada de Bach; de "segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo", quando o beijo é maior do que a boca.
T é de "talvez", resposta pior do que "não", uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança... De "tanto", um muito que até ficou tonto... de "testemunha": quem, por sorte ou por azar, não estava em outro lugar.
U de "ui", "ai que ainda é arrepio; de "último", que anuncia o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado.
Vem o V, de "vazio", um termo injusto como a palavra nada; de "volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que querem que ela queira.
E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento" que é uma palavra ou uma frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e de "xô", única palavra do dicionária das aves traduzidas para o português.
Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro não se sentir o único culpado; de "zebra" quando você esperava liso e veio listrado; de "zíper", fecho que precisa de um bom motivo para ser aberto; e de "zureta", que é como a cabeça fica no final de um dicionário inteiro. ..................................................................................................................................................
Adriana Falcão nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criada em Recife. Seu primeiro livro, voltado para o público infantil, "Mania de Explicação", teve duas indicações para o Prêmio Jabuti/2001 e recebeu o Prêmio Ofélia Fontes - "O Melhor para a Criança"/2001, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Em 2002, publicou "Luna Clara & Apolo Onze", seu primeiro romance juvenil. Seu romance "A Máquina" foi levado aos palcos por João Falcão. Na televisão, Adriana colaborou como roteirista em vários episódios de "A Comédia da Vida Privada", "Brasil Legal" e "A grande família" e "Mulher", todos da Rede Globo. Adaptou, com Guel Arraes, "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, para a TV, posteriormente levado ao cinema. Seu livro "O doido da garrafa", Editora Planeta do Brasil - São Paulo, lançado em abril/2003, contém pequenos contos publicados na revista "Veja Rio" no período de 2001 a 2003.